Em Massinga, Inhambane, os agentes da PRM e da polícia municipal são obrigados a prestar proteção ao partido FRELIMO, incluindo no comité de zona do partido. No entanto, somos instruídos a esconder essa função da população, com o argumento de que, se a oposição souber, poderá criar confusão. Além disso, somos obrigados a proteger o secretário permanente da FRELIMO na sua residência, bem como uma senhora ligada ao partido, que se hospeda diariamente no hotel Hope Kope, embora eu desconheça o seu cargo.
Diariamente, das 16h às 18h, somos também destacados para garantir a segurança de um evento da FRELIMO no edifício Xexinha. Até aqui, tudo parece relativamente normal. O que nos indigna é o seguinte: por que motivo a oposição não recebe a mesma proteção que garantimos ao partido FRELIMO? E, se é legal proteger os edifícios da FRELIMO, por que razão somos instruídos a fazê-lo às escondidas, tanto da população como da oposição? Além disso, somos autorizados a tomar refeições nos espaços da FRELIMO, mas é-nos proibido fazer o mesmo nos locais ligados à oposição.
Quando levantamos estas questões, somos afastados para zonas mais distantes, como Mucuacua ou Sahane, longe da vila. Durante as eleições autárquicas, fomos destacados para proteger o cabeça de lista da FRELIMO na sua residência pessoal, mas não nos foi permitido fazer o mesmo para candidatos de outros partidos. Nas cerimónias de formatura, somos pressionados a votar na FRELIMO, e até membros do partido são convidados a participar, para nos lembrar dessa obrigação. Os antigos combatentes são também coagidos a fazer campanha a favor da FRELIMO.
Eu próprio, que falo agora, era da RENAMO durante as eleições autárquicas e fazia campanha para o partido, mas fui forçado a trabalhar em Mucuacua, o que recusei. Daniel Chapo criou uma associação chamada "Associação de Amigos de Chapo", e recentemente houve uma reunião entre o comandante provincial, outros membros da direção provincial, o comando distrital e os membros desta associação.
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