Sem êxito: Frelimo tenta influenciar a seleção de formadores e MMV's em Quelimane
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) anulou recentemente um processo fraudulento de seleção de Mesários e Monitores de Voto (MMV's) e Formadores no distrito de Quelimane, segundo um documento que foi divulgado ontem. A decisão foi tomada após a denúncia de práticas ilícitas e da participação num crime junto à Comissão Nacional de Eleições (CNE), Comissão Provincial, Distrital e outros órgãos competentes.
De acordo com as denúncias, o processo de seleção favorecia membros ligados ao partido Frelimo, nomeadamente familiares e integrantes da organização. Entre os beneficiados pela alegada fraude estavam:
Carminio Rafael Iavira, Inspetor da Direção Provincial de Educação na Zambézia;
Sónia Joaquim Casal, filha do Diretor Provincial de Educação;
Artur Manuel Marroda, Martins Corrente Namurro, Matunha João Tauro, entre outros membros do partido Frelimo.
Outros nomes incluíam:
Horoito Acácio Tomé Botão, Presidente da CDJ – Quelimane;
Abibo Jamal Almeida Nehaua, membro do Comité Distrital do Frelimo e do Secretariado Distrital do partido;
António Tomais Gujo, membro do partido Frelimo;
Bete Ligório Saíde, Secretária de Administração e Finanças da OJM em Quelimane;
Rade Calisto Sábado Muragala, professor na Escola Secundária Geral 25 de Setembro e membro do partido Frelimo;
Lourenço Atanásio Paruk, Secretário da OJM do Círculo Saguar B;
Raposo Manuel Raposo, Secretário da OJM da 2ª ZONA;
Eunice Joaquim Marizane, membro do partido Frelimo e sobrinha de um funcionário do STAE em Quelimane;
Wiston Manuel Roberto, Secretário de Organização Distrital da OJM em Quelimane.
Além disso, surgiram nomes de magistrados judiciais, como Priscila Bridge e Bento Vinte Alves Gonçalves, irmão do Vice-Presidente do STAE, e Evaristo A. H. Lopes, quadro sénior do partido Frelimo e envolvido em campanhas eleitorais para o partido, entre outros.
A publicação das pautas revelou que todos os candidatos associados ao Frelimo obtiveram as melhores classificações, o que levantou suspeitas sobre a possível manipulação do processo.
A anulação deste processo é vista como uma vitória para a transparência eleitoral, reforçando o papel das instituições de fiscalização na defesa do processo democrático em Moçambique. No entanto, o caso continua a suscitar preocupações sobre a imparcialidade das eleições distritais e provinciais.
A intervenção do Ministério da Administração Estatal e de outros órgãos de fiscalização foi fundamental para a descoberta do caso e a subsequente anulação da seleção fraudulenta, evidenciando a necessidade contínua de vigilância sobre as práticas eleitorais no país.
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