Última hora: Um Pedido de Justiça e Transparência Eleitoral

UM APELO AO CARLOS MATSINHE

Exmo. Senhor Presidente da CNE,

No próximo dia 9 de Outubro, o povo moçambicano é convocado a exercer o seu direito de voto nas eleições gerais, legislativas e nas assembleias provinciais. Este deveria ser um momento de celebração, um marco na nossa jovem democracia, onde o povo se uniria em festa. Contudo, a nossa preocupação é que, sob a sua liderança, a CNE não se comporte como um órgão imparcial, mas sim como um agente de desestabilização.

É inaceitável que a CNE, em vez de garantir a transparência do processo eleitoral, contribua para a criação de um clima de conflito. O que se observa é uma manipulação dos resultados em benefício de um partido específico, o que mina a credibilidade das eleições em Moçambique. A CNE tem sido a responsável por conflitos pós-eleitorais e pelo luto de tantas famílias que perderam entes queridos em protestos contra resultados contestados.

Senhor Presidente, saiba que este povo, mesmo sem armas, possui uma força enorme. A sua opressão não será esquecida, e a indignação poderá manifestar-se de formas que não prevemos. Não podemos permitir que interesses pessoais de um pequeno grupo se sobreponham à vontade do povo. É tempo de reivindicarmos uma justiça eleitoral verdadeira e um futuro onde as escolhas dos cidadãos sejam respeitadas.

O partido FRELIMO, após meio século no poder, não tem dado ao povo o que este realmente precisa. A nação anseia por mudança, e a ambição desmedida por poder e riqueza não é a solução. O povo deve ter a liberdade de decidir o seu próprio destino, e não ser forçado a aceitar resultados manipulados.

A sua atitude, que parece ignorar as necessidades da população, não o tornará um herói. A verdadeira grandeza é alcançada através de ações que beneficiam o povo. O senhor, ao contrário, tem-se mostrado incapaz de exercer a responsabilidade que lhe foi confiada. A sua liderança parece mais uma proteção para ações questionáveis do que um serviço à nação.

Peço que reconsidere o seu papel, antes que a revolta do povo se torne inevitável. A responsabilidade recai sobre si, e espero que estas palavras o façam refletir sobre a sua verdadeira missão.